quarta-feira, 22 de abril de 2009

Para alguém que me perguntou a respeito de separação.




Renunciar a algo que amamos muito e que desejamos com toda a força do coração é uma das decisões mais cruéis de se tomar que conheço.


Porque a perda equivale a uma morte dupla:

morrer para alguém e matar a pessoa na gente.


É como se sobrasse por dentro apenas um casarão vazio com um jardim morto.

E, de repente, tudo tão subitamente anoitecido sem previsões de dia novo.


É um caminhar lento e arrastado numa espera sombria de que as horas passem e o tempo leve essa febre alta sem medicação possível.


É preciso que haja tanta paciência e firmeza por dentro pra não entrar em desespero, que a sensação que se tem é de estar meio fora do ar, com tanto esforço.


E até chorar fica difícil, teme-se que nunca mais o choro cesse.

Há muitas perdas quando se termina algo que não se queria ter terminado:

muda-se a auto-imagem,

alegrias ficam suspensas,

sonhos desaparecem por um tempo e nenhuma cor na paisagem.


O cotidiano fica obscurecido por aquela lacuna aberta no meio do que era a parte mais interessante dos dias.


Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se faz quando se tem um motivo maior que esse algo:

seja um propósito, uma crença,

um valor íntimo,

uma obstinaçã qualquer que te oriente para essa escolha que já se sabia tão dolorosa.


É um sacrifico voluntário por algo mais pleno,

mais grandioso em Beleza.


E, nestas análises, você descobre outras perdas que são positivas:

perde-se também a ansiedade,

a insegurança e a ilusão.


E você aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas... Como
" Deus, obrigada, porque é noite e eu tenho o sono...
quando é noite e antes de dormir você se enche de gratidão:

Que venha um sonho novo, então.”

Marla de Queiroz

E vem.

Pode ter certeza!



A Marla sempre descreve muito bem em palavras sentimentos difíceis de serem explicados por nos "simples mortais".

Este poema é um relato perfeito de uma separação que se "faz sentida" e a qual arrastamos por anos a fio esperando que algo mágico aconteça e a pessoa com a qual nos encontramos "casada" sim, porque, nestes casos, só uma das partes está casada,

acorde e nos veja como companheira... enfim.

Caso bastante raro de acontecer.

Digamos que cabe ai aquela frase, de quem? não sei...

"Existem pessoas que só na ausência se percebe a presença..."

Ai vive-se aquela situação confusa de se estar em condição de casada se estando sozinha.

Só sabe-se o horror de viver uma situação dessas quem a vivencia ou já a tenha vivenciado.

Como eu.

Ai está a minha resposta.

Espero que tenha sido esclarecedora.

3 comentários:

Dona Farta disse...

Meu Deus do Céu!

Esse texto caiu dos céus mesmo... Entrei aqui muito por acaso, pela primeira vez, e dei de cara com um post que parece escrito especialmente pra mim.
Você não tem idéia do quanto me ajudou... Muito obrigada, "desconhecida"!

Ah, e claro, para não esquecer dos bons modos, "Muito Prazer"!

Um grande beijo!

thainá disse...

POis é tenho me perdido (e me achado) nos blogs da vida, é muito bom, um mundo a parte mesmo. Desde que decidimos casar e compramos nosso ap, temos ivestido MUITO tempo em blosg, sites, revistas, etc... Aqui no seu tem muita coisa linda, no da nay também, sua filha é MUITO talentosa e criativa e alto astral (show de bola), já imaginava que você seria assim também.. heheh

O blog relicário eu suspendi por um tempo e não consigo de jeito nenhum colocar no ar de novo.

então, adoraria conhecer seus mimos, qual o endereço?

beijocas

Chez POPI disse...

LINDOOOOOOOOO!!
Amore já passei por isso...minha filha, hoje com 21, tinha 8 anos. Eu q quis me separar, sofri muito e qdo estávamos entrando em acordo(sim pois ele não se conformou com minha decisão)ele faleceu num desastre de carro. De separada virei viuva(o processo recém iria começar)
Criei minha filha com a ajuda de minha momi. Ele era um proficional liberal e minha pensão era de um salário.
Mas consegui, sou vitoriosa. Estou no meu segundo casamento tenho uma linda familia , um filho lindo e meu marido atual também tem uma menina de 20 anos do primeiro casamento. Já foi bem dificil a convivencia(no periodo de adolescencia) mas hoje estamos em harmonia.
Acho q é isso!!!
bjus queridona e boa noite
Paula